Quem vive da agricultura sabe que o sucesso de uma safra depende de vários fatores. E entre eles, o controle de pragas costuma ser um dos mais desafiadores, já que esses invasores podem gerar danos à qualidade e à produtividade das mais diversas culturas. Nesse sentido, entender o que é Manejo Integrado de Pragas é importante para enfrentar esses hóspedes indesejados.
O que é Manejo Integrado de Pragas
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um conceito que surgiu nos Estados Unidos na década de 1960 e que se popularizou no Brasil a partir dos anos 1980. Ele diz respeito à otimização do controle de pragas agrícolas por meio da integração de diversas técnicas, como o uso de defensivos químicos, de agentes biológicos, de variedades resistentes a pragas, entre outras práticas.
Entre as premissas desse conceito estão a redução dos riscos ambientais causados pelas ferramentas de controle e o equilíbrio do ecossistema. Tudo isso a partir do controle populacional das pragas, que mantém o índice de invasores abaixo do nível considerado perigoso e com potencial para gerar danos econômicos ao cultivo.
O MIP tem se destacado por trazer benefícios ambientais e econômicos. Uma pesquisa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estima que, se a prática fosse adotada em todas as lavouras brasileiras de soja, poderia gerar uma economia de R$ 4 bilhões com a compra e a aplicação de produtos, o que também geraria menos riscos ambientais.
Como funciona o Manejo Integrado de Pragas
A palavra-chave quando falamos sobre o que é Manejo Integrado de Pragas é monitoramento. Esse processo deve ser feito constantemente para que você possa identificar as pragas que têm atingido a sua lavoura e avaliar qual é o dano que elas têm causado. Nesse sentido, o primeiro passo é conhecer quais são os invasores mais comuns e importantes na espécie que você está cultivando.
O ideal é contar com o apoio de profissionais especializados, que conhecem todas as características morfológicas, relativas à aparência e à estrutura externa das pragas, e taxonômicas, relacionadas à classificação desses e de outros seres. Com isso, é possível ter mais assertividade ao estabelecer a estratégia de controle mais eficaz para cada tipo de praga.
O monitoramento deve ser feito de acordo com o tamanho da área: quanto maior a extensão, mais pontos devem ser analisados. É importante que toda a estrutura da planta seja avaliada, desde a raiz até os frutos. Para maior eficiência do monitoramento, o produtor pode utilizar armadilhas adesivas, armadilhas com feromônios sintéticos e os panos de batida brancos.
Ao fazer o acompanhamento, é fundamental que o agricultor realize a contagem de todas as pragas encontradas e que registre os números para que seja possível identificar o crescimento, a redução ou a manutenção do índice de invasores. Isso é indispensável para o passo seguinte, que é decidir se é necessário usar alguma ferramenta de controle ou não.
Para isso, é preciso conhecer quais são os níveis de equilíbrio, de controle e de dano econômico na lavoura, indicadores que levam em consideração o tamanho da área e a densidade populacional das pragas. O nível de equilíbrio (NE) é o ideal, pois significa que o número de invasores está controlado e, nesse caso, não é necessário usar nenhuma estratégia de controle, apenas continuar monitorando.
Já o nível de controle (NC) indica que é o momento de adotar alguma medida para controlar as pragas, pois o número de invasores na lavoura começa a preocupar. Nessa etapa, costuma-se utilizar estratégias de controle biológico para evitar o uso de produtos químicos. É importante definir uma ferramenta eficiente para controlar a infestação antes que ela cause prejuízo financeiro ao produtor.
Aliás, é justamente isso que ocorre no nível de dano econômico (DNE), o mais perigoso. Nessa fase, a densidade populacional das pragas causa um prejuízo financeiro igual ou superior ao custo das ações de controle. Com o cultivo nesse nível, é comum que os produtores utilizem os defensivos químicos. Nesse caso, deve-se fazer a rotação com grupos diferentes de produtos para evitar a resistência.
É importante ressaltar que ao analisar as pragas que estão atingindo a cultura, é essencial preservar aquelas que são benéficas para a lavoura, isto é, que podem auxiliar no controle biológico de outras pragas. Ao mantê-las no ambiente, você ajuda a prevenir infestações e, por consequência, reduz os gastos com outras medidas de controle.
Monitoramento constante é essencial
Agora que você já sabe o que é Manejo Integrado de Pragas, que tal utilizar esse conceito na sua propriedade? Como vimos, ele pode trazer benefícios como o equilíbrio do ecossistema, a redução de custos com a aplicação de produtos e menos riscos ambientais! Porém, lembre-se que, para que esse sistema seja eficiente, o monitoramento constante das pragas é fundamental.
Esperamos que este artigo possa ajudar você a colher bons resultados na sua lavoura! Se você tiver alguma dúvida a respeito desse tema ou quiser compartilhar a sua opinião ou experiência sobre o Manejo Integrado de Pragas, deixe seu comentário aqui embaixo para conversarmos!
Geremias
11 mar 2021Carlos Raimundo de Alencar
16 jul 2020Deixe seu comentário