Saiba o que é integração lavoura-pecuária-floresta

A agricultura sustentável é um termo cada vez mais ouvido por quem vive o agronegócio. O objetivo é simples: produzir energia, alimentos e outros insumos importantes de forma compatível com a quantidade disponível de recursos, ou seja, produzir sem agredir o meio ambiente. E é justamente nesse sentido que o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta se destaca!

O que é integração lavoura-pecuária-floresta

O próprio nome já sugere do que se trata. A integração lavoura-pecuária-floresta consiste na união, em uma mesma área, das atividades agrícolas, pecuárias e florestais. Assim, em uma única propriedade, você pode plantar diversas culturas, criar gado e arborizar o terreno com plantas nativas ou exóticas. Isso pode ocorrer por meio do cultivo consorciado, da sucessão ou da rotação.

No cultivo em consórcio, as atividades são realizadas ao mesmo tempo no mesmo espaço. Dessa forma, é possível ter uma única área com árvores, criação de gado e lavoura de maneira consorciada.

Já no sistema de sucessão, as atividades são realizadas na mesma área, mas em sequência, de modo intercalado. Por exemplo: em determinado período, planta-se soja, depois pastagem para criação de gado e, em seguida, soja novamente.

Por último, na rotação, o cultivo também é realizado como forma de alternar as atividades, com o objetivo principal de recuperar o solo a cada ciclo. A rotação lavoura-pastagem é um exemplo.

A integração lavoura-pecuária-floresta contempla quatro modalidades:

• Integração lavoura-pecuária (agropastoril): integra as atividades agrícolas e pecuárias na mesma área e no mesmo período em sistema de rotação, consórcio ou sucessão;
• Integração pecuária-floresta (silvipastoril): integra as atividades pecuárias e florestais em consórcio, ou seja, na mesma área e ao mesmo tempo;
• Integração lavoura-floresta (silviagrícola): integra as atividades agrícolas e florestais de forma consorciada;
• Integração lavoura-pecuária-floresta (agrossilvipastoril): integra as atividades agrícolas, pecuárias e florestais em consórcio, rotação ou sucessão.

Essas modalidades são escolhidas de acordo com as características da área utilizada e também levando em consideração o viés econômico. O objetivo é que todos os sistemas de produção possam se beneficiar com a integração. De acordo com a Rede de Fomento ILPF, na safra 2015/2016, cerca de 11,5 milhões de hectares contavam com sistemas integrados no Brasil. Dez anos antes, em 2005, esse número era muito menor: 1,87 hectare.

OMato Grosso do Sul é o estado com o maior número de hectares com sistemas de integração, enquanto o Rio Grande do Sul possui o maior percentual de área integrada (20,5%). Em todo o país, a integração lavoura-pecuária é a mais utilizada pelos produtores, com 83% do total, seguida pela lavoura-pecuária-floresta (9%), pecuária-floresta (7%) e lavoura-floresta (1%).

Os benefícios da integração lavoura-pecuária-floresta

A integração lavoura-pecuária-floresta oferece benefícios para os produtores rurais, para o meio ambiente, para os animais e também para a economia. Isso porque a integração permite driblar alguns dos problemas comuns da monocultura, sistema de produção baseado em uma só atividade, como a degradação do solo, o risco financeiro e maior desenvolvimento de pragas.

De acordo com a publicação ILPF em Números, 35% dos pecuaristas que ainda não fazem a integração afirmam que adotariam o sistema, enquanto 84% dos que já o adotam estão satisfeitos com a ILPF. Para os pecuaristas, a redução do impacto ambiental e a recuperação das pastagens são os principais motivos para adotar o sistema.

Já para os agricultores, o aumento da rentabilidade por hectare e a diminuição do risco financeiro são os principais benefícios. Além disso, os produtores também citam a rotação de culturas por necessidade técnica como um dos motivos principais para a integração.

Em se tratando do meio ambiente e da saúde animal, os benefícios também são importantes. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), algumas das vantagens desse sistema são a diminuição da ocorrência de doenças e plantas daninhas, a melhoria do solo e o aumento do bem-estar animal causado pelo maior conforto térmico.

Já em relação à economia, a ILPF traz como benefícios a redução de risco financeiro em decorrência da diversificação de atividades comerciais, aumento da produtividade e qualidade dos produtos, produção de alimentos com menor custo, entre outras vantagens.

Como adotar a integração lavoura-pecuária-floresta

A integração lavoura-pecuária-floresta pode ser adotada em propriedades de diversos tamanhos, inclusive em áreas pequenas. Os potenciais benefícios desse sistema, contudo, só serão efetivos se as condições de clima, solo, entre outros fatores, forem favoráveis.

O ideal é que o produtor sem experiência, que está começando a adotar o sistema, inicie a integração em áreas menores para minimizar os riscos produtivos e financeiros, além de se adaptar e adquirir mais conhecimento sobre a prática.

Em todo o processo, desde a análise da propriedade até a seleção das espécies cultivadas, é essencial contar com o apoio de um profissional especializado. Assim, é possível garantir mais eficiência e qualidade na adoção da integração lavoura-pecuária-floresta!

Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Deixe seu comentário! E se você já adotou esse sistema, conte-nos sobre esse processo e os resultados dele na sua propriedade!